Trampolim – entrevista com Dingo Bells

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Um dos nomes mais comentados da efervescente cena musical de Porto Alegre, o Dingo Bells vem à capital paulista lançar seu primeiro disco, “Maravilhas da Vida Moderna”, como parte do projeto Trampolim da Deezer. Aproveitamos para entrevistá-los e descobrir mais sobre eles! Então dá o play e vem com a gente:

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Como vocês começaram e qual foi o primeiro passo na música?

Tocamos juntos desde a época do colégio e o gosto por música sempre permeou nossa amizade. Em 2008 começamos a tocar em alguns lugares de Porto Alegre e a partir daí não paramos mais!

O que vocês ouviram para se inspirar durante a produção do disco?

Estávamos escutando muito Steely Dan, Clube da Esquina, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Talking Heads e artistas mais novos como Fleet Foxes e Sondre Lerche.

Vocês são considerados um dos nomes promissores da nova música brasileira. Como você lida com essa responsabilidade e, na sua opinião, qual o futuro da música?

Acho que a melhor forma de lidar com uma consideração destas é continuar trabalhando com dedicação, buscando uma linguagem própria e fazendo algo que tenha valor artístico pra nós. Acredito que o futuro da música passa pela acessibilidade da gravação. Um home studio pode ser um celular hoje em dia. Essa possibilidade tecnológica faz com que inclusive alguém que não toque nenhum instrumento possa compor e gravar um disco em qualquer lugar. Acredito que o futuro nos reserva muito experimentalismo e buscas musicais.

Na internet, o feedback de um trabalho é instantâneo. É difícil lidar com essas críticas?

Felizmente, o “Maravilhas da Vida Moderna” tem sido muito bem recebido pelos veículos de imprensa e da web. A velocidade é realmente muito grande e essas matérias ficam registradas por tempo indeterminado, é só procurar na internet. O interessante desse feedback é que você se dá conta de como as coisas estão dinâmicas e conectadas hoje em dia. A gente adora saber que o nosso disco já chegou em outros lugares e tem pessoas pensando e escrevendo sobre ele.

Muita coisa ficou de fora do disco?

Fomos para a pré-produção do disco com algo entre 20 e 25 músicas. Ideias, por assim dizer. Inicialmente, pensamos em um disco com apenas 10 músicas. Fomos fazendo a seleção e vendo que as canções tinham um fio condutor. Acabamos ficando com as 11 que estão gravadas no álbum.

Vocês surgiram fora do eixo Rio-SP. Como foi crescer assim? Vocês sentiram mais dificuldades por isso?

Acredito que ter uma banda independente é trabalhoso em qualquer lugar. É preciso um trabalho a longo prazo para que as coisas vão se consolidando, para que o público se interesse e passe a acompanhar, de fato, a banda. Nossa carreira, até então, tem sido assim. O Brasil é muito grande, então viver aqui no Sul pode te trazer algumas dificuldades para circular e fazer shows nacionalmente, por exemplo. Por outro lado, essa distância do centro do país fez com que a gente se preocupasse em preparar um trabalho de qualidade que pudesse transpor essas dificuldades. Ou seja, a dificuldade sempre pode ser encarada como um incentivo.