Dia dos Pais: 7 músicas inspiradoras que mostram a relação entre pai e filhos

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Mesa posta, família reunida, almoço sendo preparado na cozinha… o que ainda falta para comemorar o Dia dos Pais? A trilha sonora ideal. Pensando nisso, criamos uma lista com 7 músicas inspiradoras que falam sobre pais, sobre filhos e sobre a relação entre eles na voz de grandes cantores brasileiros.

“Pai”, o clássico dos clássicos

Famosa na voz de Fabio Jr., “Pai” não pode faltar em uma lista que se preze sobre a data. Retratando a relação muitas vezes conflituosa entre pais e filhos, a música de 1978 fala em herói e bandido, inseguranças e desapontamentos, acolhimento e solidão. Praticamente uma terapia em notas musicais. Só de ouvir a voz tremulante de Fabio Jr. na primeira palavra já tem quem sinta um nó na garganta. O próprio cantor, inclusive, derramou lágrimas quando seu filho Fiuk o surpreendeu entoando a letra ao vivo no Domingão do Faustão, na TV Globo, em uma homenagem a ele em 2009.

“Pais e Filhos”, o hino millennial

Quem foi adolescente nos anos 90 sabe: é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. O refrão é de “Pais e Filhos”, música imortalizada pela banda Legião Urbana e composta por Renato Russo. A canção traz os dois lados da relação. É como se, em alguns momentos, a fala fosse do pai (“Dorme agora, é só o vento lá fora…”) e, em outros, fosse de um filho adolescente, ainda dividido entre a infância e a transição para a vida adulta (“Estou com medo, tive um pesadelo, só vou voltar depois das três)”. Assim, todo mundo se sente representado.

“Espelho”, uma conversa póstuma

Em “Espelho”, escrita em 1977 por João Nogueira, o cantor trazia uma conversa que gostaria de ter tido com o pai, o músico João Batista, que sonhava ver o filho jogador de futebol. Combinando choro com violão de 7 cordas, flauta e bandolim, a composição é quase um pedido de desculpa: “Mas eu sei que, lá no céu, o velho tem vaidade e orgulho de seu filho ser igual seu pai”. A saudade e o luto dão o tom ao samba, com frases como: “Troquei de mal com Deus por me levar meu pai”. A letra se encerra com uma homenagem ao legado deixado pelo patriarca: “O meu medo maior é o espelho se quebrar”. Detalhes que deixam a história ainda mais bonita: quando virou pai, João escreveu “Além do Espelho” para seu filho, o também sambista Diogo Nogueira, que ainda hoje apresenta a “Espelho” original como um dos maiores sucessos de seus shows.

“Rebento”, confissões de um pai

Apresentada em 1979 no álbum Realce, “Rebento” pode não ser o maior sucesso de Gilberto Gil, mas é uma música sobre paternidade poética e até filosófica. Um trovão dentro da mata, uma flor na pedra, um cão furioso, trigo ao vento, acidente em forno radiativo. Dá para ficar horas interpretando e pensando a respeito dessa letra entoada no melhor estilo banquinho-e-violão. Vale prestar atenção, afinal, Gil está falando do alto da experiência de quem tem oito filhos.

“Dias de Luta”, o amadurecimento da relação

Do disco Vivendo e não aprendendo (1986), “Dias de Luta”, da banda de rock Ira, trata da chegada à vida adulta e da mudança que isso traz na relação com o pai. A letra, de autoria de Edgard Pereira, começa com uma reflexão: “Só depois de muito tempo fui entender aquele homem. Eu queria ouvir muito, mas ele me disse pouco”. Depois, há um momento de consciência sobre o papel que cumprimos em cada fase da vida: “Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho. Se hoje eu canto essa canção, o que cantarei depois?”. Por fim, essa música de pais e filhos termina almejando um futuro melhor, à base de dias de paz e dias de luta. É a faixa ideal para se conectar com aquele pai – ou filho – roqueiro.

“Ofertório”, quase uma oração

No álbum gravado ao vivo Ofertório, de 2018, Caetano Veloso reúne seus filhos Moreno, Zeca e Tom para apresentar clássicos de sua carreira, músicas que embalaram momentos felizes entre eles e composições de seus herdeiros. A música-título é quase um agradecimento pela família que construiu: “Tudo que por ti vi florescer de mim, Senhor da vida. Toda essa alegria que espalhei e que senti trago hoje aqui”. Tocante ver Caetano dedilhando o violão com sua voz suave e sendo ali admirado pelos filhos.

“Espatódea”, uma ode à caçula

Nando Reis talvez seja o cantor brasileiro que mais homenageou a paternidade – e os filhos. Pai de Sophia, Theodoro, Sebastião, Ismael e Zoé, já cantou todos eles em suas composições. Em “Bom Dia”, menciona o nome de todos. Em “Só pra So”, pede desculpas à Sophia pelas vezes em que a fez sofrer. Em “O Mundo é Bão, Sebastião”, repete uma frase dita por Vânia (esposa de Nando) ao filho sempre que ele, criança, estava de mau humor. E, em “Espatódea”, aplacou os ciúmes da caçula Zoé, que ainda pequena lhe pediu: “Pai, quando você vai escrever ‘O mundo é bão, Zoezinha’?”. A baladinha, apresentada em 2006, é uma declaração de amor à filha mais parecida com Nando, que termina com: “Meu mundo não teria razão se não fosse a Zoé”. A relação do ex-Titã com os filhos é tão forte que Nando já saiu em turnê com a banda 2 Reis, em que Theodoro é vocalista e Sebastião toca violão, levando o amor das letras para os palcos.

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