Ludmilla ataca de Vilã, novo álbum que traz variedade de estilos e a artista no auge da forma
O título da canção de abertura do novo álbum de Ludmilla, “Nasci pra vencer”, está longe de ter sido por acaso.
Lançada anteriormente em single, a faixa abre os caminhos para o trap, estilo mais frequente da obra (presente em seis faixas). O verso “Quem me sustenta é o meu puro talento” é ponto forte na letra: fala de resiliência e mostra mais uma vez que a artista prova seu poder quando decide alçar voos mais altos em um trabalho que mistura várias influências – vai do soul ao funk, do trap ao R&B, sem deixar a desejar em nenhum deles.
Vilã conta com diversos convidados especiais
A era pagodeira e sambista da artista, que veio em 2020 com o disco Numanice, não dá as caras em Vilã, seu quinto álbum de estúdio (o oitavo contando com os registros ao vivo). A pluralidade de estilos musicais é marcante em toda a obra, composta por 15 faixas. Na esteira do sucesso da apresentação no Rock in Rio 2022, Ludmilla sobe de patamar com este álbum, que pode ser considerado um dos melhores de sua carreira. A qualidade se levanta também com a presença de 18 convidados. Apenas quatro faixas – “Sintomas de prazer“, “Make love”, “Gostosa com intensidade” e “Me deixa ir” – dispensam colaborações.
Em especial, quatro artistas convidados merecem destaque: o grupo de reggaeton colombiano Piso 21, em “Vem Por Cima”, com letra bilíngue que deixa a canção ao melhor estilo caribenho, com pegada de salsa; as irmãs do rap Tasha & Tracie, no trap clássico “Sou Má”, cuja letra autoral já se mostra forte nos primeiros versos (“Difícil é pegar no estilo / difícil é fazer o malote / difícil ter o meu talento / difícil ter a nossa sorte”; a rapper britânica Stefllon Don, em “Senta e Levanta”, faixa que também conta com participação do produtor musical caribenho Topo La Maskara.
R&B e baladas românticas marcam presença
Estilo nem sempre habitual em outros trabalhos da cantora, o Rhythm & Blues aparece mais marcante em duas faixas: “Malvadona”, que traz a participação incrível dos rappers Vulgo FK e Oruam; e “Sintomas de prazer”, que esbanja romantismo com qualidade. Entre as baladas, dois registros significativos: o R&B “Brigas demais“, que ganha uma levada com melismas mansos por Ludmilla, em parceria com Delacruz, nome forte do hip-hop carioca, e MC Gaab; e “Eu só sinto raiva”, mais uma composta por Ludmilla, que exigiu da cantora uma habilidade musical com bons agudos e que conta com piano inspirado do produtor musical Ariel Donato.
Em resumo, a produção de Vilã oferece aos fãs uma performance versátil da cantora, explorando facetas, timbres e acentuações novas e ousadas. O veredito fica a cargo de cada um, mas com certeza todos que ouvirem esse compilado de músicas inéditas poderão sentir a potência e o frescor trazidos por Ludmilla nessa versão atualizada de si mesma. Bora ouvir aqui na Deezer?
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