Mudando a velocidade: por que versões aceleradas e lentas de músicas tomaram conta do TikTok?
Já notou que cada vez mais circulam pelas redes sociais algumas músicas lentas ou aceleradas? Isso não é por acaso: com o aumento do protagonismo das plataformas e dos apps de visualização rápida de conteúdo, a própria forma de consumir músicas nas redes sociais mudou, e as músicas para reels e para TikTok tornaram-se essenciais.
Captar a atenção e o interesse dos usuários ganhou importância central, e a estratégia certa para conseguir isso em poucos segundos se tornou o segredo do sucesso nos espaços on-line competitivos. Além disso, o sucesso de aplicativos de vídeos curtos como o TikTok potencializou não somente o alcance desses conteúdos digitais, como também abriu novas possibilidades de (re)criação.
A Deezer preparou esse texto para conhecermos mais de onde vem essa tendência e qual sua relação com o mundo da música. Você vai conhecer alguns dos principais hits nas versões speed ou slow que viraram febre nas redes e como o TikTok tem papel importante na popularização dessas novas versões.
O tempo é curto
Sem dúvida, essa década já está marcada por acontecimentos (como a pandemia) que mudaram a nossa percepção sobre a relação entre tempo e espaço. Durante longos meses em que nada parecia acontecer em um ritmo “normal”, o refúgio das redes trouxe uma novidade: consumir mais conteúdo em menos tempo.
As plataformas de mensagens instantâneas, como WhatsApp, e de vídeo, como YouTube, passaram a ter aquele botãozinho mágico que acelera a velocidade de reprodução de áudios e vídeos. Seja um áudio longo que você recebeu e não tem tempo para ouvir, ou parte de um vídeo que não te interessa tanto.
Há mudanças significativas na interação social off-line em consequência do uso irrestrito dessa ferramenta, mas o uso assertivo e o aproveitamento dessa técnica para fins artístico-culturais já mostram que as músicas reformuladas são mesmo um fenômeno mundial.
Inspiração retrô
Quando falamos da velocidade da músicas, podemos pensar que esse fenômeno de músicas lentas ou aceleradas é algo recente. Desde os discos de vinil, os tradicionais toca-discos já tinham comandos de alteração das rotações do disco, o que permitia ouvir as músicas de forma mais acelerada. Os DJs, por exemplo, sabem aproveitar esse recurso para criar efeitos e sons sobre músicas que estão reproduzindo naquele momento.
Existem três tipos de vinil que são classificados de acordo com a sua velocidade de rotação, isto é, em rotações por minuto (RPM): 33 1/3 RPM, 45 RPM e 78 RPM. Os dois primeiros são os tipos mais comuns e incluem a maioria dos discos de vinil. Se um disco de rotação menor é tocado em uma rotação superior, o som naturalmente sairá mais acelerado, e vice-versa.
Nas pistas e bailes, alterar a rotação dos discos de vinil era uma maneira de lançar uma nova versão ou mesmo uma remix de uma música em tempo real. Com a digitalização da música e dos seus processos de gravação e produção, os recursos de acelerar e retardar passaram a fazer parte desse fazer musical.
TikTok: a plataforma das novas versões
Criado na China em 2016, o TikTok é uma plataforma de vídeos rápidos que ganhou o gosto do público nesses últimos anos. Criado pela ByteDance, o app chama a atenção principalmente de um público mais jovem no Brasil – entre 16 e 24 anos –, alcançando cerca de 17 milhões de usuários. Em nível global, a plataforma conta com mais de 1 bilhão de inscritos.
Com uma engenharia algorítmica baseada no maior número de reproduções, o compartilhamento de tendências e desafios se tornou a estratégia ideal para alcançar o tão sonhado sucesso virtual. Além disso, o TikTok acompanha o ritmo frenético de um modo de vida contemporâneo e muito exigente em relação às dinâmicas virtual e analógica.
Os vídeos publicados têm cerca de 15 a 30 segundos: um tempo bastante curto. No entanto, os usuários deram asas à criatividade lançando suas próprias versões das músicas de seus artistas preferidos. Depois dos desafios de dança, a nova tendência do TikTok são as músicas aceleradas e as músicas lentas.
Músicas speed
São versões de músicas aceleradas. Tudo começou como uma brincadeira nas publicações do TikTok. Depois que a trend ganhou força, até os próprios artistas lançaram as versões speed-up (aceleradas) de suas músicas. Uma das versões de maior sucesso é “Build a Bitch” da artista e tiktoker Bella Poarch.
Outros artistas, como Taylor Swift, Ed Sheeran e Lana Del Rey, se uniram a esse movimento. Além de ser uma ótima forma de mostrar a criatividade, serve também como uma excelente estratégia de divulgação desde as próprias produtoras musicais. Confira algumas músicas que ganharam versões speed-up.
“Build a Bitch” – Bella Poarch
“Mockingbird” – Eminem
Músicas slow
Ao contrário das versões speed-up, as músicas slow (lentas) são aquelas gravadas em uma velocidade muito abaixo da original. Se, na versão rápida, a voz cantando se torna mais aguda, nas músicas lentas a voz é mais grave. Há ainda algumas versões slow nas quais um pouco de distorção é adicionada para um efeito divertido.
Um das faixas que ganhou mais notoriedade foi “Mary on a Cross” da banda de rock sueca Ghost. Após um fã fazer uma versão slow da música com uma montagem com cenas de Stranger Things, a música alcançou muitos views, chamando atenção da própria banda. Vale a pena conferir algumas das músicas slow de maior sucesso no TikTok.
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