Carnaval é sinônimo de alegria, brilho e, claro, muita música! E se tem um ritmo que marcou a folia brasileira, são as marchinhas de Carnaval. Quem nunca se pegou cantando “Mamãe, eu quero” ou “Me dá um dinheiro aí” em pleno bloquinho?
Elas fazem parte da identidade do Carnaval de rua e continuam embalando foliões de todas as idades. Então, bora mergulhar na história dessas canções icônicas e relembrar as melhores marchinhas de Carnaval de todos os tempos!
A evolução das marchinhas de Carnaval
As marchinhas têm história, viu? Tudo começou no início do século XX, quando o Brasil ainda curtia marchinhas portuguesas, como “Vassourinha e A Baratinha”. No começo, elas eram mais calmas, mas com o tempo ganharam batidas mais animadas, influenciadas, entre outros, pelo jazz norte-americano.
Uma grande virada rolou em 1926, quando José Francisco de Freitas, o Freitinhas, lançou “Eu vi” e “Zizinha” com um ritmo mais acelerado. Daí pra frente, as marchinhas foram ficando mais animadas, cheias de duplo sentido e fáceis de cantar, perfeitas para as festas de rua e os salões de Carnaval.
Mas o grande nome desse estilo foi Chiquinha Gonzaga. Em 1899, ela escreveu nada menos que “Ó Abre Alas”, simplesmente a primeira marchinha de Carnaval da história. Entre os anos 1920 e 1950, elas dominavam o Carnaval carioca! Os artistas se esforçavam para lançar hits todo ano. Com o tempo, nomes como Carmen Miranda, Gal Costa, Tom Jobim e Chico Buarque também entraram na festa e ajudaram a eternizar esse estilo musical.

Na década de 1960, os sambas-enredo ganharam espaço e as marchinhas perderam um pouco do brilho. Mas nada de pensar que elas ficaram esquecidas! Até hoje, os bloquinhos de rua mantêm viva essa tradição, garantindo que todo mundo cante junto aquelas letras divertidas e inesquecíveis.
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Características das marchinhas de Carnaval
O que faz uma marchinha ser tão especial? Algumas coisas não podem faltar:
- Ritmo acelerado e compasso binário;
- Letras curtas e fáceis de decorar;
- Muito humor, ironia e crítica social;
- Refrões-chiclete que grudam na cabeça!
Esses elementos fazem das marchinhas um gênero único, que atravessa gerações sem perder a graça e a energia. Aliás, muitos artistas recorrem à marchinha de Carnaval para fazer críticas sociais de forma bem-humorada e afiada. Um exemplo disso é o Duo Moviola, com Kiko Dinucci e Douglas Germano, com a canção “Retrato do Artista Quando Pede”, que fala sobre os ”perrengues” de quem tenta “sobreviver de arte em São Paulo”:
Marchinha de Carnaval X samba-enredo: quais as diferenças?
Carnaval é sinônimo de festa, e tanto as marchinhas quanto o samba-enredo fazem a folia acontecer – mas cada um do seu jeito!
As marchinhas são a alma dos bloquinhos de rua, com melodias animadas, refrões grudentos e aquele clima descontraído que a gente adora cantar junto. Já o samba-enredo é o coração do desfile das escolas de samba, criado especialmente para contar a história do tema escolhido, em sintonia com as fantasias, carros alegóricos e toda a magia da avenida.
Enquanto as marchinhas apostam em letras repetitivas e um ritmo acelerado para embalar os foliões, os sambas-enredo trazem narrativas mais elaboradas, homenagens e uma verdadeira viagem musical dentro do desfile. No fim, cada um tem seu brilho – e juntos, eles fazem o Carnaval ser essa festa inesquecível!
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As 15 melhores marchinhas de Carnaval
Agora que já passamos pela história das músicas de Carnaval e conhecemos as características mais marcantes desse ritmo animado, chegou a hora de relembrar as marchinhas que fizeram sucesso ao longo dos anos.
O acervo é grande, mas eu separei uma lista com as 15 composições que são trilha sonora dos dias de folia e não podem faltar na sua playlist carnavalesca. Vem comigo relembrar esses hits e já aquecer os motores para o Carnaval!
1. Ó Abre Alas
“Ó Abre Alas, que eu quero passar”
Para abrir alas para as melhores marchinhas de Carnaval, não poderia deixar de fora a primeira marchinha da história, de Chiquinha Gonzaga.
Essa canção foi escrita em 1899 para o chamado cordão carnavalesco Rosa de Ouro e, desde então, é uma das músicas que não pode faltar nos dias de folia Com essa composição, o cordão Rosa de Ouro foi o vencedor do desfile do Carnaval daquele ano no Rio de Janeiro.
2. Cachaça Não é Água
“Você pensa que cachaça é água?
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão”
A marchinha de carnaval “Cachaça Não é Água”, de Marinósio Trigueiros Filho, anima qualquer bloquinho. Ela foi composta na década de 1950 em homenagem aos foliões que gostam de beber aquela famosa “água que passarinho não bebe”.
Como uma das músicas de Carnaval mais conhecidas, a composição já foi regravada por diversos artistas. Recentemente, Dennis DJ lançou uma versão da marchinha com os MCs Jhowzinho & Kadinho.
3. Mamãe Eu Quero
“Mamãe, eu quero, mamãe, eu quero… mamãe, eu quero mamar!”
Essa é uma das marchinhas de Carnaval mais famosas de todos os tempos, enraizada na história pela voz inconfundível de Carmen Miranda.
Além de ser um hit no Brasil, a música também ficou famosa em outros países após Carmen Miranda cantar “Mamãe Eu Quero” no filme Serenata Tropical (1940).
4. A Pipa do Vovô
Durante os anos 80, era bem comum que algumas emissoras lançassem vinhetas de Carnaval com músicas inéditas. “A Pipa do Vovô” é um dos exemplos mais famosos.
A canção foi composta pela dupla Ruth Amaral e Manoel Ferreira, mas foi na voz do apresentador Silvio Santos que ela ficou popular no país todo.
Você com certeza já ouviu essa letra por aí:
“A pipa do vovô não sobe mais
A pipa do vovô não sobe mais
Apesar de fazer muita força
O vovô foi passado pra trás!”
5. Allah-lá Ô
Essa música combina bem com o nosso clima tropical que acompanha os foliões durante as festas carnavalescas, no auge do verão brasileiro.
“Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô, mas que calor ô ô ô ô ô ô”
Essa composição foi feita nos anos 1940, por Haroldo Lobo e Antônio Nássara e a brincadeira da letra é justamente fazer referência ao calor carioca, que mais parece uma travessia pelo deserto do Saara, como diz a letra de “Allah-lá-ô”.

6. Não Existe Pecado ao Sul do Equador
Chico Buarque, ícone da MPB, também já fez sua contribuição para as festas de Carnaval e marcou a história dos foliões com um grande sucesso.
Em 1990, ele lançou a marchinha “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”, composição feita em parceria com Ruy Guerra. Aqui vai um trechinho para você relembrar:
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor”
7. Balancê
“Entra na roda, morena, para ver. Ô balancê, balancê”.
Quem não lembra dessa marchinha tão famosa? “Balancê” ficou muito conhecida na voz de Gal Costa, que lançou a música em 1979.
A marchinha conquistou os foliões e até hoje embala os bloquinhos de rua e os bailes de Carnaval.
8. Me Dá um Dinheiro Aí
“Ei, você aí
Me dá um dinheiro aí
Me dá um dinheiro aí”
Se estamos falando de marchinhas de Carnaval famosas, “Me Dá um Dinheiro Aí” não pode ficar de fora da lista.
A composição de Moacyr Franco foi lançada em 1960 e anima muitos bloquinhos carnavalescos desde então.
9. Turma do Funil
“Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto”
Outra letra cheia de humor que não falta nas playlists dos foliões clássicos é “Turma do Funil”, feita especialmente para quem gosta de beber no Carnaval.
A marchinha é uma composição de Mirabeau, M de Oliveira e Urgel de Castro, que escreveram a letra em 1956, mas a canção ficou conhecida mesmo na voz de Tom Jobim e Miúcha.
10. Aurora
“Se você fosse sincera
Ô, ô, ô, ô, Aurora
Veja só que bom que era”
“Aurora” é uma composição de Mário Lago, que criou a marchinha em plena quarta-feira de Cinzas, em 1941.
No ano seguinte, as letras embalaram os bloquinhos e tornaram-se um grande sucesso que acompanha os dias de Carnaval até hoje.
11. Daqui não Saio
“Daqui não saio
Daqui ninguém me tira”
Quem nunca falou essa frase, não é mesmo? “Daqui não Saio” é uma marchinha tão clássica que seus versos tornaram-se uma fala comum dos brasileiros.
A música é uma composição de Paquito e Romeu Gentil, lançada em 1949 e aborda as questões sociais da época, mais especificamente o acesso à moradia no país.
12. Saca-rolha
“As águas vão rolar,
garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha.”
“Saca-rolha” é uma composição da dupla da Harmonia, formada pelo casal José Gonçalves e Zilda. Quando se casaram, os cantores ficaram conhecidos como Zé da Zilda e Zilda do Zé.
Juntos, eles lançaram uma das marchinhas de Carnaval de maior sucesso no Brasil, em 1954.
13. Apareceu a Margarida
Tenho certeza que você já ouviu esse trecho por aí:
“Apareceu a Margarida
Olê, olê, olá
No festival
Veio pra se desfolhar
Neste carnaval”
Composta por João Roberto Kelly e Augusto Mello Pinto em 1967, “Apareceu a Margarida” é uma das grandes marchinhas da história do Carnaval e ficou conhecida na voz de Paulo Celestino.

14. Yes, Nós Temos Bananas
“Yes, nós temos bananas
Bananas
Pra dar e vender”
Com todo o humor clássico das letras de músicas de Carnaval, “Yes, Nós Temos Bananas” é mais uma marchinha imortalizada na voz de Carmen Miranda. A composição é de João de Barro e foi regravada por grandes nomes da música brasileira ao longo dos anos, como Ney Matogrosso, Emilinha Borba e Jorge Goulart.
15. Cidade Maravilhosa
Para fechar a lista de marchinhas de Carnaval com chave de ouro, temos “Cidade Maravilhosa”, uma bela homenagem de André Filho ao Rio de Janeiro.
O refrão todo mundo conhece:
“Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil”
Quem deu voz a essa canção foi Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda. O sucesso foi composto na década de 30 e se tornou praticamente um hino para os cariocas.
Playlist marchinhas de Carnaval
No Carnaval ou em qualquer dia do ano, as marchinhas são sempre uma boa opção para se divertir, animar e dançar com a galera. E por que não ouvir nossa seleção especial de marchinhas para os foliões de plantão?
Não importa a década, as marchinhas continuam sendo a alma do Carnaval de rua! Se você está preparando o repertório para curtir a folia ou quer entrar no clima mesmo fora de época, dá o play e solta a voz! Afinal, Carnaval sem marchinha é como bloquinho sem confete: até pode acontecer, mas não tem a mesma graça! Bora cair na festa?
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