Músicas de funk das antigas: descubra os principais cantores e os grandes hits
É muito provável que quando você pense em funk você lembre de nomes como Anitta. No entanto, esse gênero musical começou bem antes desses artistas chegarem no topo das paradas.
Apesar de não ter uma data exata, esse estilo musical ganhou força em solo nacional a partir dos anos 90.
“É som de preto, de favelado, mas quando toca, ninguém fica parado” é um dos grandes hinos dos funks das antigas e serve como uma excelente forma de explicar o movimento desse gênero musical.
E como o funk tem força até hoje, resolvi falar um pouco mais sobre o funk das antigas!
Funk das antigas: contexto e temática das letras
O funk passou primeiro a ser um ritmo incorporado pelo subúrbio carioca. Por isso, a temática das letras do funk antigo está ligada diretamente ao cotidiano das favelas em que os MC’s vivem.
Já nos anos 90, o contexto de aumento da violência urbana e a invasão das favelas por forças policiais fizeram com que as letras passassem a falar também sobre essa realidade.
Um bom exemplo disso é o “Rap das Armas”, de MC Cidinho e MC Doca.
Ao mesmo tempo, o funk foi usado como uma ferramenta de direitos civis dessa população, como é o caso da célebre canção “Eu só quero é ser feliz”, também desses artistas.
Foi somente no século 21, no início dos anos 2000, que os funks das antigas nacional passaram a ter um teor mais sexual, que marca até hoje os hits.
Rap das Armas
Esse hit foi composto originalmente em 1992 por MC Júnior e MC Leonardo. Foi nos anos 2000 que uma versão “proibidão” virou sucesso nas vozes de Cidinho & Doca. A canção fala da beleza e da violência no Rio de Janeiro de forma autêntica. Uma das coisas mais interessantes do funk carioca é que a voz traz o ponto de vista de pessoas que foram/são marginalizadas: pretos, favelados, mulheres, artistas, entre outros.
Rap da felicidade
Cidinho & Doca lançaram essa música em 1994 e até hoje ela ecoa e garante visibilidade aos artistas. Nela tem, provavelmente, um dos refrões mais conhecidos da música brasileira:
“Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar”
Principais tipos de funk
O funk passou por diversas transformações desde os anos 80 e, assim como outros estilos musicais, surgiram.
Alguns dos tipos de funks brasileiros que mais são conhecidos são o funk consciente, oostentação – que também leva o nome de funk paulista, o proibidão e o pop.
Funk consciente (funk de protesto)
O funk consciente é um dos subgêneros mais antigos. Ele surgiu na década de 1990 e é feito da periferia para a periferia. Recentemente, tem ganhado também bastante espaço no cenário musical.
As letras desse subgênero são marcadas por histórias que denunciam preconceitos, racismo, problemas sociais e, principalmente, descaso com as pessoas que moram em favelas.
Alguns dos artistas memoráveis do funk de protesto, sem dúvida, são Cidinho & Doca (da Cidade de Deus), William & Duda (Morro do Borel) e Junior & Leonardo (Rocinha).
Funk ostentação (funk paulista)
O funk ostentação é o tipo de funk que, como o nome sugere, exalta o consumismo e desejos de consumo. Sabe aquelas músicas de funk que falam de carros de luxo, dinheiro e joias? Elas são um ótimo exemplo.
Ele também é uma forma de expressão do desejo da população periférica de “melhorar de vida”, como adquirindo os produtos que lhes são mostrados nas propagandas e novelas e que muitas vezes não podiam consumir por falta de dinheiro.
Ele também leva o título de funk paulista pois veio do subúrbio de São Paulo. O subgênero surgiu em 2008 mas ganhou força com os famosos rolezinhos em 2013.
Uma das figuras mais importantes foi MC Daleste, com o hit “Vermelho”. Ele foi assassinado nesse mesmo ano durante uma apresentação.
Em 2022, a drag queen e cantora Gloria Groove fez uma homenagem a esse estilo de funk e a essa música no seu novo álbum Lady Leste.
Funk proibidão
O funk proibidão, como você deve imaginar, é o que tem letras “proibidas”, sendo um dos subgêneros mais ligado a polêmicas, devido ao teor das composições.
As letras esbajam palavrões e também abordam assuntos como a vida no crime, sexo de maneira explícita e o uso de drogas.
Embora possam abordar esses temas, é importante desmistificar o fato que o funk proibidão não necessariamente faz apologia à criminalidade.
O nascimento do proibidão foi mais para o final década de 90, mais especificamente em 1995, através de nomes como os MCs Júnior e Leonardo da favela da Rocinha.
Funk pop
Um outro subgênero do funk é o que faz mistura com o pop. Ele costuma trazer as batidas tradicionais do funk com ritmos dançantes, a exemplo do reggaeton e da música eletrônica.
Esse estilo costuma priorizar canções mais populares, com batidas semelhantes ao pop. Outra diferença é que ele tem letras suaves em relação ao funk no geral, principalmente o funk proibidão.
O funk pop é também um típico destino final de artistas que buscam uma maior visibilidade nacional e até mesmo internacional dentro da música.
Artistas como Anitta (antiga MC Anitta) e Ludmilla (antiga MC Beyoncé) são bons exemplos disso, deixando de lado a nomenclatura e apostando em letras mais leves.
Furacão 2000
Até mesmo quem não foi dessa época já deve ter ouvido falar nele. Essa equipe de som, produtora e gravadora carioca, foi um dos maiores funk das antigas de 2000, responsável por produzir diversos discos de sucesso. O grande álbum foi Tornado Muito Nervoso.
A Furacão 2000 teve força após os anos 2000, ainda, sendo o primeiro contrato de Anitta (que antes era chamada “MC Anitta”) com uma canção chamada “Eu vou Ficar” .
Tapinha
O cd “Furacão 2000” furou a bolha do funk carioca e invadiu milhares de casas e pistas pelo Brasil. Jovens e adultos sabiam as coreografias e letras de cor. Cada canção trazia frases que ficavam para a história e viraram bordões. É o caso do hit “Tapinha”, cantado por Naldinho e Bela, com o famoso refrão: “um tapinha não dói” e a clássica coreografia da perninha levantando e, ao mesmo tempo, o tapinha na bundinha!
Cerol na Mão
Mais um clássico incontestável do “Furacão 2000”, daqueles que a gente reconhece nos primeiros segundos de introdução. O Bonde do Tigrão com DENNIS martelaram o martelão sem dó e marcaram presença em todas as mídias, ruas e festas do país na época. Quero ver você ficar parado(a) quando ouvir o chamado: “Quer dançar, quer dançar? O Tigrão vai te ensinar”.
Funk das antigas: principais cantores
Agora é hora de dançar ao som de algumas das melhores músicas antigas do funk carioca, principalmente dos anos 90 e 2000. Se você viveu essa época, vai adorar relembrar os sucessos do Bonde do Tigrão, Tati Quebra Barraco ou MC Marcinho. Senão, aumente ainda mais os sons para descobrir os sons mais excitantes que se tornaram clássicos no estilo. Prontos?
Os principais funks das antigas inesquecíveis são os do final dos anos 90 e do começo do século 21. Nessa época o funk já dominava as paradas de todo o país e até mesmo a televisão. A seguir, conheça os grandes nomes dessa época!
Bonde do Tigrão
“Pula, sai do chão, esse é o Bonde do Tigrão!”. O bordão marcou toda uma geração dos anos 2000, com músicas como “Baile todo”, “Cerol na Mão” e “Tchu tchuca”.
O grupo brasileiro de funk carioca se formou em 1999, no Rio de Janeiro, e foi considerado um dos expoentes do funk moderno com letras, principalmente pelas letras com conotação sexual.
Baile Todo
“Só as cachorras, as preparadas, as popozudas, o baile todo!” Esse grande hit de 2001 foi um marco do Bonde do Tigrão e sem dúvidas deu nome ao bordão do grupo.
MC Serginho
Outro grande nome do funk das antigas nacional é MC Serginho. Ele fazia parte da dupla com a dançarina e comediante Lacraia, ambos da comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio.
A cantora Lacraia fazia parte da comunidade LGBTQIA+ e foi um dos nomes do funk que combateu o preconceito, muito mais forte nos anos 2000. Eles trabalharam juntos e divertiram o público com hits como “Vai Lacraia” e “Eguinha Pocotó”.
MC Leozinho
Difícil falar dos funks das antigas de 2000 sem lembrar de MC Leozinho também. Ele foi um dos principais cantores do funk melody brasileiro, com músicas românticas.
Ela só pensa em beijar (Se ela dança, eu danço)
“Se ela dança eu danço / balancei no balanço / Nesse doce encanto que me faz cantar”. Aqui temos um ritmo de funk contagiante com ares de pop e a voz de MC Leozinho. Essa foi uma das músicas mais tocadas em 2006 e ficou na primeira posição na Billboard Brasil Hot 100 durante várias semanas. Vale a pena tocar essa para aquele momento romântico, de sensualizar ebeijar muito!
Tati Quebra Barraco
Outro grande nome do funk que até hoje faz música também é a Tati Quebra Barraco. A carioca nasceu na favela da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Tati Quebra Barraco é, sem dúvida, uma grande referência no funk, com sua voz e atitude poderosas. “Boladona” foi um dos seus primeiros sucessos, ao lado de hits como o divertido “Dako é bom” e o mais recente “Homem é pra sentar”. Até hoje, ela continua cantando e compondo, sendo inspiração para milhares de mulheres.
MR Catra
MR Catra foi um cantor e compositor brasileiro que também marcou o funk nacional. Sua carreira começou em 1994, contando com uma série de discos.
Sua fama veio fazendo músicas paródicas, como o funk “Adultério”, baseada na canção “Tédio”, sucesso do Biquini Cavadão. Ele morreu em 2018, decorrente de câncer no estômago.
Gaiola das Popozudas
Um dos funk das antigas que talvez as gerações mais recentes possam lembrar é a Gaiola das Popozudas. Ele foi um um grupo musical feminino de funk carioca criado no ano 2000.
Entre os maiores sucessos estiveram “Late que Eu Tô Passando”, “Agora Sou Solteira”, “My Pussy É o Poder” e “Quero te Dar”.
Escute todos esses hits no meu app!
Os hits do funk das antigas: as melhores músicas
Além de apresentar os grandes nomes do funk das antigas, não podiam mostrar as principais canções da época. Acompanhe!
Som de preto
O “Som de preto” é um dos principais hit do funk das antigas, música de Almicka e Chocolate com produção de DJ Marlboro. E realmente, quando toca, ninguém consegue ficar parado!
Aqui temos umas das máximas de toda a história do funk: “É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado”. Há mais de 30 anos, esse verso cantado por Almicka e Chocolate continua a ressoar nesse estilo que, apesar de continuar sendo atacado pelo racismo, moralismo e o preconceito do Brasil, não para de ganhar (merecidamente) visibilidade nacional e internacional.
Eguinha Pocotó
O sucesso da dupla MC Serginho & Lacraia, sem dúvidas, foi Eguinha Pocotó. A música lançada em 2004 era super divertida e tinha até dancinha própria!
Rap Glamourosa
Essa melodia e o ritmo envolvente pegou demais, é cantada até hoje e fica na cabeça o dia inteiro. O compositor da canção, MC Marcinho, declarou que se inspirou na rainha dos baixinhos Xuxa para esse hit. Ele ainda afirmou que a apresentadora defendeu o funk quando muitas pessoas ainda tinham muito preconceito com o gênero.
MC Marcinho foi o responsável por fazer famoso os versos “Glamurosa, rainha do funk / Poderosa, olhar de diamante / Nos envolve, nos fascina, agita o salão!”. Lançada em 2003, era difícil encontrar um jovem que não conhecesse essa música!
Atoladinha (Enterradinha)
Bola de Fogo e As Foguentas criam um diálogo sexual sem travas nesse hit embalado pelo DJ Marlboro. Uma das cenas mais frequentes das festas era a repetição da frase “Tô ficando atoladinha” enquanto todos descem até o chão. Uma voz feminina cantando esse refrão, de forma solta e bem expressiva, chocou e empolgou muitas pessoas.
Foram em canções como esta que a imagem de uma mulher que assume seu tesão e que gosta de sexo sem medo de ser julgada foi aparecendo cada vez mais. Até hoje, o funk é atacado e aclamado por isso.
“Piririm, piririm, piririm / Alguém ligou pra mim, quem é? / Sou eu, Bola de Fogo / E o calor tá de matar” foi um dos versos mais cantados em 2005. O sucesso de Bola de Fogo e As Foguentas é inesquecível!
Dança do Créu
Uma verdadeira aula de matemática e velocidade, a “Dança do Créu” do MC Créu até hoje anima uma boa bagunça. A música já começa com um desafio: “Pra dançar créu, tem que ter disposição. Pra dançar créu, tem que ter habilidade”. E assim vamos nós, começando devagarzinho e indo até a velocidade 5! E aí, você aguenta?
Principais Playlist do Funk das Antigas
E agora para fechar as canções dos anos 90 e 2000, separei algumas playlists para você descobrir o melhor do funk das antigas!
- Funk anos 90
- Do baile ao passinho
- DJ Malboro
E aí, curtiu esse rolé nas melhores antigas do funk? Aumenta o som, prepara esse popozão e desce bem devagarinho nesse batidão irresistível!
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